segunda-feira, 8 de março de 2010

A Coveira de Massamá - Introdução à Loucura

Um Conto Bizarro de Duarte M.G.Henriques e André F.S.Serafim
(Relacionado com a Saga Cá-a a Boca)

CAPÍTULO I – POR ANDRÉ SERAFIM
A Sala que a turma 11º5 veio “habitar” em Alvalade, no dia 5 de Março de 2010, era conhecida em toda a escola como a sala 20, ou simplesmente a 20. A nossa história começa nesse dia enublado, que ficou marcado para sempre como o dia em que a Cobra revelou-se. Sempre suspeitamos que ela era a Cobra, o seu andar, o seu falar, o seu «Não é?», mas nunca o descobrimos. Sinceramente, nem pensamos em tal coisa, mas aldrabadamente, sempre suspeitamos. Nesse dia, 5 de Março de 2010, no calendário comum, eu, André Serafim, bonito, audaz, musculado e culto, encontrava-me acompanhado de vários colegas de grande importância, e outros de pouca relevância. Ao meu lado, (o esquerdo), encontrava-se o meu grande parceiro, Duarte Fernão, um sujeito que foi gordo mas que já não o é, ao meu lado direito, mais propriamente, ao meu lado direito e a sudoeste, encontrava-se Rita Não Marques, cheia de sardas na cara, com um penteado que parecia um capacete, de perna traçada, a escrever o que era evidenciado na aula, AH! Quase que me esquecia, ao meu lado, lado, esquerdo, ou seja, ao lado do Duarte, estava Filipa Oscilação, uma rapariga pequena de olhos pequenos, que mais pareciam estar fechados, brincando com a caneta, e a fingir que passava o que era ditado pela Cobra Venenosa (a que vive com a mãe). A Cobra, antes de se revelar, chamava-se Tina Aguardente, e ensinava-nos História de Matemática Falsa. Um pouco aborrecido. Ela permanecia, arrogante e com a mania que era poderosa, sentada na sua poltrona podre de madeira, atrás da secretária, pensando que estava mais confortável que nós, eheheh,“ESTÚPIDA!”
Mais tarde, tocou o Sino, para alertar a nossa amiga Filipa, que está na altura de abrir os olhos, e para alertar a Rita, que chegou a hora de tirar a mão do nariz, mas Rita ignorou, e continou com a pata no nariz, e a Oscilação bem que tentou abrir os olhos, mas era impossível...continué Fernão...


CAPÍTULO II – POR DUARTE HENRIQUES
Eu, Duarte Fernão, pela graça de Deus, Rei-Delegado do 11º5, juntamente com o Vice-Delegado-Rei Serafim Saudade, decidi escrever a minha versão do que aconteceu naquele dia...a versão que o Saudade se esqueceu de contar...
A Mina Versione...
Cheguei á sala. A Cobra, ou melhor, a Tina, pois na altura não faziamos a mínima ideia de que a Tina era a Cobra, olhou para mim, com um olhar fatal, frio, zangado, uma mixórdia. Fiquei paralizado. Ela parecia querer-me matar. Vieram-me vários pensamentos à cabeça como “Estou sujo?”;”Está alguém atrás de mim?”;”Esqueci-me de lavar a cara”;”Já comia qualquer coisa”. De repente, vi-me livre do seu olhar maldito.
Lembrando-me agora, e fazendo um aparte, sempre foi típico da Cobra Venenosa olhar-nos friamente, fatalmente, zangadamente, mas nunca nos apercebemos que a Tina fazia o mesmo, um pouco burros? Não, é impossível, somos muito inteligentes, talvez ela pusesse droga no nosso café, apesar de nunca nos ter servido café, olhem eu sei lá, a Cobra é capaz de tudo, até de fazer cocó em pé.
O seu olhar dirigiu-se para outra pessoa, e eu já me conseguia mexer, ALELUIA, a Tina olhou para Filipa Oscilação, mas a mesma não reparou. Olhou para ela de uma maneira tão esquisita que nem quero saber os pensamentos que lhe vieram á cabeça. Mas de repente, começou a olhar com mais força, mais raiva, e eu, galante e corajoso, enviei o Serafim em meu lugar para salvar a nossa amiga Oscilação.
“SALVA A OSCILAÇÃO SERAFIM!“O Serafim despiu-se a pensar que tinha o seu Fato de Super-Saudade por baixo, mas na realidade não o tinha, portanto ficou nu. A Tina olhou para ele e não resistiu, marcou-lhe falta disciplinar.
Depois acordei e estava em casa, na banheira, tinha sido só um pesadelo, pensei eu. Mas por artes negras que não interessam ao caneco, acordei outra vez, e já estava dentro da sala, e afinal o “coiso” de eu estar dentro da banheira é que foi um sonho. Olhei para a Oscilação, sorri como quem diz “estou a olhar para ti e a sorrir porque estamos á seca e não sei o que dizer”, olhei para o Saudade, que se estava a vestir, e de repente, adormeci outra vez. Acordei. A Filipa tinha ido á casa de banho. Olhei para a Rita, que coçava a cabeça enquanto acenava sempre que a Tina dizia “não é?”. E de repente, a porta arrebenta, e quem aparece? A Disfarçada!!!


CAPÍTULO III – POR DUARTE E SERAFIM
Mas quem era a Disfarçada? Conta um muito recente Conto Urbano de Chelas, que a Disfarçada era uma residente de uma barraca luxousa, mas um dia um poste caiu em cima da sua casa, e causou uma explosão, e ela foi pelo o ar, subindo na vida, e descobriu que tinha poderes, tornando-se assim numa Heroína (ficou carbonizada e foi snifada por todo o mundo, dizem os parvinhos), roubava aos ricos para dar aos pobres, e tornou Chelas numa cidade. Mas morreu vítima dos seus excessos, os ricos apanharam-na e deram-lhe uma sova. Mas, num dia nublado, a Disfarçada ia retornar, para se vingar do que roubou o seu lugar, e dos que a assassinaram.
- DISFARÇADA, REVELA-TE A NÓS! – Pediu Serafim, que tinha-se acabado de vestir.
A Disfarçada disse que não e foi-se embora.
- Mas o que é que ela fazia aqui? – perguntou o Saudade.



CAPÍTULO IV – POR DUARTE E SERAFIM
Assim que Serafim soltou aquela emblemática frase, aquela pergunta que todos acabamos por fazer, foi em busca da Disfarçada, para descobrir a sua Identidade, pois estava mesmo curioso, começando uma outra história, intitulada como:
-As Peripécias de Serafim-

Saiu da sala agasalhado
Em busca da que estava Disfarçada
Pelo o caminho ficou espantado
Por ver a Disfarçada Revelada

Viajou da sala á casa de banho
Afinal tinha levado falta disciplinar
Aproveitou e passeou o seu rebanho
Algo giro e regular

Chegou a um lugar bizarro
Era muito limpo
Estava lavado
Sim, chegou á casa de banho das raparigas,
Onde não havia formigas (Graças a Deus)

Aproveitou-se e libertou-se
Pois a dos rapazes era infernal
Puxou o autoclismo e levantou-se
Fez a Descoberta Abismal!

CAPÍTULO V – POR DUARTE E SERAFIM
O Saudade descobriu a identidade da Disfarçada, a Disfarçada era a FILIPA OSCILAÇÃO, uma amiga sua e do Fernão.
Escandalizado, saiu da casa de banho, agarrando o braço da Oscilação, entrou a galope pela sala de aula e gritou: - A FILIPA É A DISFARÇADA!
Ficamos todos pensativos, a Tina levantou-se e disse: - Estão dispensados... – e abandonou a sala. O Serafim agarrou na Filipa e levou-a ao conselho executivo, seguido por uma grande multidão, curiosa, típico dos portugueses. Entrou dentro do conselho e exigiu a presença do Director da Escola, o Dr. Sapato.
- Eu tenho aqui, a Disfarçada Revelada!
O Director, o Serafim e a Filipa entraram dentro do conselho, e nunca mais ninguém os viu, naquele momento.
Mas porquê este ataque á disfarçada? A Disfarçada, tinha assassinado, enquanto ele estava na casa de banho, o Zuper Coelhe*, o super-herói da Nação Madeirense, que falava francês e tinha ficado com o seu lugar, com o seu pedestal.
A Disfarçada tinha que ser guilhotinada, (pois é meus queridos leitores, aqui não somos tolerantes). O Saudade sempre foi meio sangrento, sempre que havia oportunidade, PIMBA, guilhotinava alguém. Ele é que teve esta rica ideia, e preparou tudo. A D.T. e o Duarte chegaram atrasados, porque era chique.
- TENHO UMA SENTENÇA! GUILHOTINA! – gritou entusiamado Serafim.
- Só queres é ver mortos pá! – disse o Duarte aborrecido – eu não tomo parte disto, vou para a Biblioteca ler um bocadinho, Auf Widersin. – Duarte sai, depois de uma tentativa mal sucedida de falar alemão.
- Desaparece então cobarde! E vocês estão de acordo?
- Pode ser – disse o Director.
- Não vejo porque não...temos é que revelar ao país... – disse a D.T.
Foi anunciado então em todas as televisões de Portugal, que a Disfarçada ia ser guilhotinada, por ter assassinado o Zuper Coelhe. Chique a Valer!!*

*diga zuper coelhe com sotaque francês, é muito importante

CÁPITULO VI – POR DUARTE

Capítulo ali em cima está mal escrito. Depois da referência que Saudade fez aos Maias, intelectual obra de Eça de Queirós, continuemos o conto, e louvemos a sua extraordinária cultura.
A Disfarçada Agora Revelada está na prisão, aguardando o dia 6 de Abril, dia dos seus anos e dia da sua morte. O Fim aprochega-se. – Porquê? Porque é que ela matou o Zuper Coelhe? – pergunta o povo, e agora o segredo é revelado, podes revelar Saudade...


CAPÍTULO VII – POR SERAFIM
Zuper Coelhe, um nome que anda sempre na boca do povo.
(Pudera, um coelho guizado caí sempre bem)
A Disfarçada matara o Zuper Coelhe.
Mas como? Porquê?
Eu revelo, sem rodeios, a Disfarçada Oscilação matou o Coelhe, pois ia a caminhar na Mata de Alvalade, e como não abre os olhos não viu o Zuper Coelhe, e pisou-o.
Chique a Valer!!*

*Falas de um personagem dos Maias, obra de Eça de Queirós, Dâmaso Salcede.

CAPÍTULO VIII – POR DUARTE
Essa versão, muito bonita e até requintada, apresentada pelo o Glorioso Serafim Saudade, é mais que correcta, mas a verdade é que a Disfarçada foi influenciada sem saber, por uma pessoa, a mesma que lhe fechou os olhos... a COBRA VENENOSA!!

A Noite cobriu os cemitérios do mundo, rumores espalharam-se sobre uma sombra ali ao fundo, murmúrios falaram de um terror com nome, Tina.
Tina Aguardente, nasceu há mais de cem séculos. Vive com a mãe desde que saiu da cova. Sim, porque a Tina não nasceu como as outras pessoas, não saiu do ventre, saiu da cova, e o seu pai era o Coveiro de Massamá.
Foi uma noite obscura, estava o Coveiro a abrir uma cova, a número 69. Começou a trovejar. Raios caíam em todo o lado, e de repente, um caiu na cabeça do Gregório, o Coveiro. De seguida, um bebé saiu literalmente a voar da cova. O Gregório lá faleceu e a Tina lá nasceu.
A sua mãe, Apóstola de Absinto de Camarate, sempre a tratou mal, para ver se a Tina abalava de casa o mais rápido possível, para não causar muita despesa, mas o seu plano falhou, e a Tina nunca mais saiu de casa...
Mas a Mãe Apóstola, aproveitou-se disso, e virou a situação do avesso, de forma a que tivesse proveito da mesma. Obrigou a Tina a trabalhar, muito cedo, mandando-a substituir o pai, obrigou-a a tornar-se a Coveira de Massamá. Tina começou a enterrar corpos, e foi esse seu trabalho que a tornou a pessoa que hoje é, aborrecida, sem vida, assassina. Durante os anos 50, houve uma escassez de mortos, pois as pessoas estavam-se a aguentar, comiam menos bolos, e a Tina sinistra, pôs-se a matar pessoas, com veneno, enchada, faca, espingarda, inventando então uma personalidade, que identificou como Cobra Venenosa, mas quando voltaram a morrer muitas pessoas, a Tina não conseguiu largar o vício, e continuou a matar até aos dias de Hoje. O seu segundo emprego, também se mantém hoje em dia, é o de stripper e prostituta no Vale de Santarém, na casa da Mãe Kikas, e o terceiro, é o de professora de História da Matemática Falsa. Com a filha a trabalhar que nem uma escrava, a mãe “cagou” na despesa, e estoirou fortunas em luxos, acabando tia velha do Jete Sete.

CAPÍTULO IX – POR DUARTE E SERAFIM
A Tina sempre foi racista para com a beleza, pois não a possuia, e sempre que via alguém que a tivesse, declarava-lhe guerra. Foi o caso do Trio Marrasquinho, o da Oscilação, Fernão e Saudade. Organizou grandes batalhas, lutas e duelos contra o Trio M. Sempre sob a identidade de Cobra. Até que um dia passou-se e decidiu revelar-se.
Estava o Duarte na biblioteca, quando viu a Tina a entrar, molhada, suja, de cabeça tapada com uma manta preta, só a reconheceu devido aos seus sapatos azul com flores amarelas.
- A ‘stora está bem? – perguntei eu, Duarte, para parecer bem.
Ela ergue a cabeça, tirou a manta que a tapava, e foi ai que tudo eu, Duarte, percebi. A Tina, era a Cobra. Tinha dente de ouro, era estrábica e tinha barba. Eu saí dali a correr e aos gritos:
- A COBRA ESTÁ NA ESCOLA! ACUDAM! A COBRA ESTÁ NA ESCOLA! TOQUEM O ALARME! – as pessoas olharam para mim a rir-se, “Outro exercício, já vamos, já vamos”, diziam eles.
- FUJAM! É VERDADE! TOQUEM O ALARME!
Mas continuaram a ignora-lo, até que a Tina saiu da Biblioteca, com uma faca, e a babar-se, uma baba negra e gelatinosa, que nojo. Claro que nessa altura começaram todos a correr. Rompi (eu, Duarte) e entrei na sala onde decorria a discussão pela sentença da Disfarçada.
- A Cobra REGRESSOU! A Tina é a Cobra!– gritou o Duarte agitado.
- Epá agora não venhas com essas tangas, estamos numa reunião importantíssima – disse Serafim, desprezando a agitação de Duarte.
- É VERDADE! – gritou Duarte desesperado.
- Não grites se faz favor, bolinha baixa, – disse Serafim muito aborrecido – vai-te embora pá, desaparece daqui.
- Ninguém acredita em mim?? – perguntou Fernão.
- Eu acredito! – disse Filipa
- Então vens comigo.
- Não posso sair daqui. Eles não deixam...-diz Filipa, fazendo olhinhos.
- Pois não, ela matou o Zuper Coelhe, deve ser punida! – disse Serafim.
- A culpa não é dela, é da Cobra, foi ela que lhe fechou os olhos...
Alguém bateu à porta.
- NÃO ABRAM! É a cobra...
- Sim, sim, abra a porta Serafim – disse a D.T.
- Trio! Não abras a porta! A sério!
O Serafim hesitou, a maçaneta começa a rodar como quem tentava abrir a porta mas não conseguia, e claro, esse alguém ficou irritado e usou a força bruta, tentando arrebentar a porta, que começou a abanar.
- Afasta-te da porta! – disse o Duarte cauteloso. O Serafim afastou-se com medo.
- Cambada de incompentes! – diz a D.T. dirigindo-se para a porta.
- NÃO!
A porta abriu-se, e a D.T. caiu morta, esfaqueada.
- EU SOU A COBRA! – gritou a Tina enervada – SIRVAM-ME OU MORRAM!
- FUJAM!!
Sairam da sala a correr, o director da escola tropeçou, e armando-se em dramático disse:
- Fujam, continuem sem mim...
- ‘Tá bem. – disse Duarte abalando logo de seguida.
- Eu estava a gozar ...– diz virando-se para a Tina – agora estou arrependido.
Fora da sala ouviram-se montes de gritos do Director que deve ter morrido, o que é o mais provável.
Correram pelo o átrio da escola, montes de pessoas estavam mortas, não se ouvindo barulho nenhum, silêncio total. Quer dizer não era bem assim, porque ouvia-se os passos deles a correrem.
Foi naquele dia, o dia 5 de Março de 2010, o dia em que a Cobra revelou-se, o dia em que o Mundo mudou.
Começou naquele dia uma guerra entre o Trio Marrasquinho, o da Disfarçada Oscilação, Duarte Fernão e Serafim Saudade...e a essa guerra, chamaram de Batalha de Aljubarrota.
Durou 50 anos, sempre a batalhar, contra a maléfica Tina (ainda hoje está a decorrer, e nem 2 dias têm)
E têm sido muito dificil para nós, porque a disfarçada não abre os olhos, e tropeça em todo o lado, mas felizmente toda a guerra tem um fim, e o fim parecia estar a chegar...

CAPÍTULO X – POR DUARTE
Parecia estar a chegar, mas era impressão, pois passaram 29 anos, e o mundo foi com o quality*. Depois de alguns acordos, concluiu-se que a Batalha seria retomada todos os feriados, mas o Trio M. raramente aparecia, pois tinha outras lutas, contra uma inimiga de maior importância, a Juju Sahêmé.
Em 2039, rebentou a Grande Guerra Artificial, entre o grupo Anti-Juju e a própria.
Entretanto, em Aljubarrota, estava a Tina, já toda preparada para a Batalha, a ouvir rádio, mas o Trio M, não apareceu outra vez. Ela ficou cheia de raiva, pois aquela Guerra só causava despesa, e as suas poupanças já tinham desaparecido, estava um pouco á rasca, aflitinha, e foi a correr para a casa de banho. Mas lá dentro estava a mãe, a tomar banho de banheira, e tinha trancado a porta. A Tina cada vez mais aflita e sob pressão, chamou a Juju Sahêmé, já inimiga do Trio Marrasquinho e de outros, e juntas, arrombaram a porta. A Tina entrou e libertou-se satisfeita e perguntou á Juju o que ela desejava como agradecimento:
- Creme queimado caí sempre bem – disse a Juju.
- Não sei fazer – aldrabou a Tina.
- Sua falsa – disse Juju – sua polvo**, então quero ajudar-te na derrota do Trio Marrasquinho, ou melhor, Trio Porcalhota!
- Ok! TEMOS ACORDO! – disse Tina entusiasmada.
- Óptimo, já cagas-te? Então puxa o autoclismo e vai-te embora, e fecha a porta porque faz corrente de ar – disse a Mãe da Tina.

*morrer, destruído
**referência ao Sermão de Santo António aos Peixes, polvo=falso, mentiroso



CAPÍTULO XI – POR SERAFIM
-Trio Porcalhota? – disse Serafim indignado – Temos Acordo? Desde quando? Eu admiti tal nome? Nem porco suíno, vagabundo, a quererem que eu e o meu trio usemos um nome feio, mal pensado e improvisado, que vergonha, uma vergonha para o nosso país e para a nossa sociedade.
Bem, não interessa...eu aceito essa porcaria de nome, que se lixe, estou clemente...
Depois deste maravilhoso discurso, adormeci, exausto de usar tanta cultura, e acordei no café Camões, na Rua do Carmo, em frente ao Ramalhete, a tomar um café com o Ega, servido pela Filipa, e avistado apenas com um olho de Eça de Queirós.

CAPÍTULO XII – POR DUARTE E SERAFIM
Mas como é que o Serafim sabe dessa conversa, desse nome “Trio Porcalhota”?
Como todos sabemos, os tempos de guerra são tempos sangrentos, tempos negros, tempos em que somos forçados a cometer actos deploráveis, e o Serafim, não é excepção. Eleito por si próprio, líder do Trio, obrigou o Duarte, portanto, foi contra a sua vontade, a tornar-se espião ultra-secreto, e com a missão de vigiar a Tina, foi enviado para o esgoto, ou seja, para a retrete, coitado. E o pior é que a Tina, badalhoca, não puxou o autoclismo, apesar do aviso da mãe.
Depois das duas moças terem abandonado a casa de banho, deixando lá a Apóstola de Absinto, nua e na banheira, o Duarte foi para o Quartel-General do Trio Marrosquinho:
- Estamos tramados! – disse, arrombando a porta.
- O que se passa? Já sei, - diz Serafim olhando para o estado lastimoso do Duarte – foste para a casa de banho e mergulhas-te na retrete...ahaha – diz Serafim, rindo sozinho.
- Não, tu é que me envias-te para a casa de banho da Tina, espiar, e descobri algo horrível.
Depois de contar tudo o que ouviu, o Serafim chamou a Oscilação e disse:
- Estou ultrajado! A situação é escandalosa e vergonhosa...TRIO PORCALHOTA? Onde é que já se viu...que falta de originalidade, não admito isto!
- Ó Serafim, o pior desta situação é que a Juju uniu-se á Tina... – disse Filipa
- Sim, pois, mas Trio Porcalhota é deplorável, vou levá-la a tribunal...-disse Serafim, sentindo-se insultado.
- Esqueçe isso, arranjamos algo melhor e mais bem pensado para as insultar – disse a Filipa maléfica.
- Hum...’tá bem...elas serão o Duo Salmão! – disse Serafim, de forma convincente.
- Que falta de originalidade, e falavas tu delas! – disse Duarte reprovador.
- O quê? – disse Serafim sacando da navalha.
- Eu disse falta de originalidade? Tolo, estou tão distraído, eu queria dizer maravilhoso e muito original.
- Ah bom...
- Trio mas agora a sério...posso dizer a verdade? – disse o Duarte, nervoso, pois queria contar a verdade, apesar de ser díficil tendo o Serafim a apontar-lhe uma navalha.
- Trio o carvalho*! – respondeu Serafim – não podes não!
- Mas o que se passa? – perguntou Duarte preocupado.
- Nada, nada – mentiu o Serafim que pensava “Fonix* pá, acho que me vou suicidar, acabei de me lembrar carvalho*, quer dizer, tive que roubar uma carcaça porque a gula da mulher da cantina, a Oscilação, invejosa de um carvão* não me quis abastecer com o filho da truta* do almoço!

*jogo de palavras para omitir palavreado asneirado. Praticamente reconhecível.

CAPÍTULO XIII – POR DUARTE
Logo no ínicio da guerra, foram designados cargos para os três membros do Trio, o Serafim, era o guerreiro porcalhão e comilão, combatia, comia e sujava, o Duarte, era o Almeida da casa, limpava o que o Serafim sujava e a Filipa, era a mulher da cantina, cozinhava. Ou seja, o Serafim não mexia o cu, porque a guerra era só aos feriados, e os outros trabalhavam para ele.
Como foi referido em capítulos anteriores, a Batalha de Aljubarrota dava-se aos feriados, e nos primeiros feriados que a guerra apanhou, todos cumpriram o Acordo, mas a dada altura, o Trio começou a aparecer quando queria, ou seja, quase nunca. Isto deve-se a vários factores, que não interessam.
A Tina ficava muito aborrecida, pois eles nem aviso mandavam. Grande partes dos feriados eram sempre assim:
À uma da manhã chegava a Tina animada e preparada, pronta para ir batalhar alegremente. Já tinha alugado os soldados, já tem a artilharia, dirige-se a Aljubarrota. Instala-se, monta a tenda, o campo de concentração, prepara Bombas, mina o campo. Mas o campo é alugado, e quando eles não aparecem é ela que paga, portanto é só despesa.
Isto era muito desagradável, ou na linguagem dos Jovens, má onda!

CAPÍTULO XIV – POR DUARTE E SERAFIM
A união entre a Juju e a Tina só trouxe chatices. Primeiro a guerra tornou-se diária, e o Duarte que andava na natação, teve que desistir, não da guerra, porque o Serafim não deixou, enfim. Segundo, a guerra alastrou-se para todo o mundo. E por último, esta Batalha tornou a Tina e a Juju intímas, para desgosto do Serafim, que apesar de odiar a Juju, gostava da sensação de ser apreciado.
A Tina, não é segredo nenhum, sempre “remou contra a maré”, e ás vezes, com a maré (não sei se está correcto, mas não importa). A Juju, não sabiamos disso, mas parece que sim.
Bom, elas apaixonaram-se, acasalaram-se, casaram-se e tiveram filhos. Não, é mentira, não tiveram filhos, isto foi palhaçada.
Esta situação foi um escândalo para a Imprensa, quer dizer, eles até gostaram, porque conseguiam vender mais. Mas deixou de o ser, quando chegou uma carta do Trio Marrosquinho:
“Nós, membros do glorioso Trio Marrosquinho, Duarte Fernão, Filipa Oscilação e Serafim Saudade, declaramos, desgostosamente, que fomos derrotados pelo o Duo da Tina e da Juju, e, para todos os efeitos, reconhecemo-las como líderes e vencedoras...”
A Juju acabou de ler a carta e disse:
- Portanto! Nós mandamos!
A Tina ficou eufórica. Um breve minuto de silêncio entre todos estalou. De repente, a Tina saca da espingarda e diz:
- Então...?
- YEAHHH – gritaram os jornalistas fingindo estar contentes.
- Como se sentem agora que foram declaradas vitoriosas? – pergunta um jornalista.
- Sinto-me bem... – diz Juju que é logo interrompida pela a Tina que diz:
- Estamos muito felizes, eufóricas, vai começar uma nova era, e estamos muito apaixonadas...
A Juju não gostou nada daquela interrupção e a Tina não lhe ligando nenhuma continou a mandar palha para os jornalistas...
Mas o que é que aconteceu? Porque é que o Trio Marrosquinho admitiu derrota?...

CAPÍTULO XV – POR SERAFIM
- Pi, pi, pi, pi, pi! Poron, poron, poron!
- Quem é que se atreve a interrumper o meu belo discurso ?? – Perguntou Tina, apontando a espingarda a toda a gente.
- Eu – respondeu o...
- TU QUEM?? APRESENTA-TE! – interrompe a Tina saltando-lhe a tampa.
- Se queres saber não me interropas!!!
- A voz tem razão, cala-te um bocado mulheri! – diz a Juju saturada.
- SOU EU, O ZUPER COELHE, regressado dos mortos, para incomodar os vivos! – diz Zuper Coelhe de mãos na cintura e sorriso cintilante, acompanhado pelo o trio Marrosquinho.
Com o seu surgimento, iniciou-se uma nova batalha, a batalha do Cravo Azul, com o Casal TiSahêmé...Zuper Coelhe e o Trio Marrosquinho...


CAPÍTULO XVI – POR DUARTE
Existem várias questões na vida. Perguntas por responder. Felizmente, a pergunta que nós queremos ver respondida, tem resposta, que eu vou fornecer agora. “Mas o que é que aconteceu? Porque é que o Trio Marrosquinho admitiu derrota?”
Acontece que, 29 anos depois do início da batalha de Aljubarrota, chegamos ao ano de 2039. Ou seja, sobrevivemos ao 2012, que não passava de o fim de o mundo noutro planeta. Depois do início da Guerra Artificial, entre os Anti-Juju e a Juju, juntaram-se duas guerras, a de Aljubarrota e a Artificial, que passaram a ser conhecidas como a Guerra da Navalha. Porquê este nome? Porque o Duarte ficou marcado quando o Serafim apontou-lhe a faca de cortar a manteiga, marcado psicologicamente.
Foi em 2045 que o Trio declarou-se derrotado, porquê? A ver vamos.
No dia 28 de Setembro daquele ano sangrento, testemunhava-se um mau ambiente no quartel-general do trio M. O Duarte lavava o chão infeliz, enquanto o Serafim atirava-lhe as almôndegas que a Filipa cozinhava, exausta, porque já estava a fazer o mesmo á 3 horas, enquanto o Serafim desperdiçava comida. O Serafim estava com uma tosga nos queixos, e tinha o demónio entranhado na veia do pé. O Duarte, com o seu mau feitio, de repente, dá um pontapé na esfregona, agarra a vassoura, e dá uma varridela no Serafim. Deu-lhe um enxerto basicamente. Quando o Serafim recuperou os sentidos, perdeu-os outra vez. Mas depois lá os recuperou uma vez mais e disse:
- Porquê?
- Porquê? Porquê? – diz o Duarte irritado – porque tu só consomes e nada fazes. Chegas da guerra, comes, sujas e vais dormir. Vais ‘pa guerra, não fazes cama, não tomas banho. Estás feito um badalhoco. – termina.
- Pois, mas o meu trabalho é dificil.
- E o nosso não? Se tu facilitares, a gente facilita...
- Ok...eu prometo portar-me bem – diz Serafim meio embaraçado.
Mas prometeu e não cumpriu. No dia seguinte foi a mesma lengalenga. O Duarte passou-se, juntamente com a Filipa e disseram:
- ACABOU! ESTAMOS FARTOS!
- Estou farto disto pá, prefiro ser governado pela a Juju e a Cobra do que ter que aturar as tuas javardices.
- Eu também – diz Filipa, tentando ter um papel de relevo.
O Serafim ficou sem palavras.
- Bom, vamos enviar uma carta ao Duo, preciso de umas férias, vamos dar-lhes a oportunidade de governar e todos chatear...
- Também acho, se fizeram porcaria, regressaremos – disse a Filipa.
Foi assim que o Trio reconheceu a vitória e enviou a carta por fax. Quando o Duarte se dirigia á porta, a mesma foi espancada, por alguém do outro lado que só dizia: - A Truta* da campainha está avariada???
O Duarte abriu a porta e observou, surpreso, o regresso do ZUPER COELHE!

*uma vez mais um jogo de palavras, para omitir palavreado asneirado.

CAPÍTULO XVII – POR DUARTE E SERAFIM
- Olá – disse o Zuper Coelhe atiradiço.
- Estás um pouco paneleiro – disse o Duarte
- Era palhaçada – disse com um sotaque francês.
- Se queres ser palhaço vai pó circo, aqui não aceitamos saltibancos!
- Alguém dormiu com os pés de fora esta noite – disse o Zuper Coelhe brincalhão, mas habilitou-se a levar um soco, a sorte é que o Serafas preveniu e impediu essa situação, agarrando na mão do Duarte.
- Zuper Coelhe! Estás vivo e de saúde! – gritou o Serafim.
- Sim é verdade – agora com sotaque madeirense.
Filipa estava encolhida a um canto, pois tinha sido a causa do falecimento do Zuper.
- Oscilação podes vir cá – disse o Zuper Coelhe armado em Gandhi – eu perdou-te...sei que és a Disfarçada – disse com ar sábio.
- Pudera, veio no Jornal! – disse o Duarte.
- Há quanto tempo estás vivo? Ou melhor, como ressuscitas-te?– perguntou o Serafim.
O Zuper Coelhe, pensou em contar, mas preferiu ficar calado, e disse:
- É segredo, só posso dizer que vou ficar pouco tempo e que tenho uma missão a cumprir. Eu fui enviado com o propósito de vos salvar, da condenação, se as outras ganharem a guerra, vocês e o mundo, irão com o quality.
- Então e tu? – pergunta a Filipa.
- Eu não, estarei na Lua, numa nação de póneis, onde estarei transformado numa borboleta azul.
- Hum...nós acabamos de enviar o fax.
- Que fax? – pergunta Zuper Coelhe.
- O que dizia declaramo-nos derrotados.
- Hum, pois, vejo que tem tudo pronto para partir, pois bem, desarrumem tudo, vamos batalhar!!
E foi assim que o Zuper Coelhe apareceu na conferência do casal TiSahêmé.


CAPÍTULO XVIII – POR DUARTE
Passaram então os 50 anos prometidos. A Guerra acabou com vitória de ... não, fica para o final finalizado desta história. Vamos fazer um recuo no tempo, para compreendermos melhor a situação.
15 anos antes...2045
Depois da conferência de imprensa, o casal TiSahêmé tornou-se dono do mundo. A Guerra do Cravo Azul continuava, e sem fim à vista. Mas, afinal, havia fim e foi cancelada, pois o casal separou-se.
A Tina perdeu um parafuso. Ficou demente, disforme, mais do que já era anteriormente. Ficou louca. Ela amava profundamente a Juju, e o divórcio, deixou-a de rastos. Foi um casamento que durou 10 dias.
Mas a Cobra, louca de raiva, de coração rachado, puxou da navalha e armada em canalha gritou - Juju não há quem te valha, tu tens de morrer! - e desterrou a Juju, misericordiamente, para o cubo andante da Velha Antártida, o que restou daquele continente depois do degelo. Tendo a Juju afastada do poder, ficou com ele e iniciou uma sangrenta perseguição ao Trio Marrasquinho. Matou o Zuper Coelhe, que já tinha sido casado com ela (é esta a razão porque ela influenciou a disfarçada a assassina-lo, pois durante o casamento, o Zuper traiu-a), tentou matar o Trio Marrosquinho, mas eles esconderam-se, foi às compras, matou aquele e o outro, e depois, vítima da sua demência, atirou bombas nucleares para todo o mundo...
O Mundo esse que parecia estar à beira do Abismo.
Fechada no seu quarto, no palácio de Chelas, a Tina mergulhou na bebida. Absinto, vermute, licor, vodka. Cedo se apercebeu que já não percebia nada. Nas suas veias já não corria sangue, apenas alcóol.
Neurónios desfeitos, esquartejados. Os seus pensamentos já não eram claros.
A Guerra foi cancelada...e depois de matar os seus neurónios, fechou-se do mundo, exiliou-se para o cemitério de Massamá, enterrando os vivos que ela matara.
Quando a guerra acabou, ficamos todos à nora. Ninguém estava á espera de tal situação, mas festejamos e bem.
O império da Tina caiu...as estátuas de papel que ela tinha erguido foram á vida, o seu regime foi desmantelado. Duarte olhou para o mundo e descreveu-o, no primeiro livro da nova era, como “um lugar mais arejado, com menos gente, mais espaço para estacionar”, O livro chamava-se “O Começo só veio depois do Fim”. Nesse livro, Duarte apresentou também uma teoria que dizia “A terra é uma bola redonda quadrada que gira parada em volta do Sol”.
Serafim engordou, tornou-se remador de barcos.
Filipa Oscilação, desapareceu nas sombras...e nunca mais foi vista, apenas rumores surgiram, sobre uma Disfarçada, que roubava aos ricos e ficava com tudo...
A Tina, exiliada por si própria, aguarda calmamente mas ansiosamente, o momento certo para a sua vingança.
2060, Nova Lisboa, Bairro do Areeiro
O Mundo cresce aos poucos, está a recuperar. O Algarve é uma Ilha, Massamá é uma cidade. Dois velhos amigos, encontram-se num café no grandioso Areeiro:
- SERAFIM!! – grita o Duarte.
- DUARTE!!! – grita o Serafim
- Então pá? Estás bom? O que tens feito?
Depois surgiu uma conversa sem interesse para a história, aquela de chacha, onde se recordam os velhos tempos e blábláblá. Até que se tornou,digna de ser aqui retratada:
- Serafim, acertamos a vida menino!* - diz Duarte bebendo do café.
- Creio que sim...mas normalmente falham já viste? Isto é que foi sorte...
- Sorte não...sabedoria...- diz Duarte, fumando do cachimbo.
- Hum...então e...tens visto a Filipa?
- Então não?Jantei com ela ontem, abandonou a vida de disfarçada...já viste? E foi para Angola, apanhar diamantes.
- Das árvores? Fez bem...
- Pois fez...fui eu que lhe aconselhei, não é querer-me gabar não é,Ah...olha, ensinaram-me um jogo muito giro, quero dizer, engraçado... que é, correr atrás de pessoas.
- Isso é giro? – perguntou Serafim desconfiado- Não tem piada nenhuma!
- Então não tem, fartamo-nos de rir, mantem-nos em forma. E tu estás gordo pá, e por coincidência estamos de fato treino, vá anda lá pá, vai ser giro, e ficamos musculados...como era o Rambo, o Schwarzeneger...
- Hum...está bem...pode ser – cede Serafim
- Óptimo, olha ali um, e é Americano, vamos correr atrás dele.
- Não, não, já não apanhas, mas olha, vai ali um espanhol, atrás dele!
- Então vá, BORA! Arreda! Areeda caminho! Deixem-nos passar...que vamos atrás de um espanhol!
O Serafim tropecou e caiu, mas levantou-se rapidamente.
- Não foi nada, ninguém viu – disse Duarte a rir-se.
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!
De novo o Serafim tropecou e caiu. Então, para apanhar o Espanhol, os dois amigos romperam a correr alegremente pela praça do Areeiro e pela Avenida João XXI, sob a primeira claridade do luar que subia.


*referência aos Maias, de Eça de Queirós, onde Ega diz: Falhamos a vida. A perseguição do americano e do espanhol é também uma paródia aos Maias, onde o Americano era um eléctrico puxado por mulas, algo assim.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Chico e Glória - Uma história de Amor

Conheci-a em Janeiro
Numa tarde engraçada
Olhei bem para ela
E reparei que estava passada

Mas porquê passada
Eis a questão
Olhei ainda melhor
E vi que pisou caca de cão

Ilustre com eu era
Por observar não fiquei
Galante fui ter com ela
E também a pisei

Surpreendida com o meu acto
Encheu-me de louvor
Mas eu sedutor disse
Enche-me antes de amor

Claro disse ela,
Pelo menos foi o que eu ouvi
Mas afinal disse caro
Só depois é que percebi

Fomos a casa dela
Foram 3 minutos maravilhosos
E ela com voz bela,
-Já comia uns tremoços

Seu nome era Glória
E era do estrangeiro
Depois do acto sexual
Tive que tornar-me coveiro

Quando da cama me ia a levantar
Ela esticou a mão
- O que queres meu amor
- 500 Euros a curtição

Era desempregado
Não tinha como pagar
Tornei-me então coveiro
E paguei-lhe antes um jantar (era mais barato)

Conheci-a melhor
Fomos para o acto outra vez
Quando me ia a levantar
Pediu-me dinheiro em Francês

Eu disse: Glória, outra vez
E ela: Chico, meu amor
Volta para cama
Onde está o teu sentido de Humor

3 anos depois
Pedi-a em casamento
Ela queria em Vegas
E eu num convento

Casamos e tivemos filhos
Juntos envelhecemos
Quando chegou o problema Grande
Fugimos e escondemos-nos

Foi o problema da Morte
Que a porta bateu
Eu disse: Não, é engano
Mas a morte não cedeu

Tentei a subornar
Mas tal não resultou
A Glória cantou tão mal
Que a morte afugentou

3 Segundos depois
A dita regressou
Desta vez trazia enxada
E aos dois decapitou

Acaba assim a história
De um casal enamorado
Era o Chico e Glória
Conta o velho ditado


O três é muito usado porque foi a conta que Deus fez

Por Duarte Henriques